O presidente Michel Temer entrou nesta quinta-feira (18) com um requerimento no STF (Supremo Tribunal Federal) para pedir ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na corte, acesso à íntegra dos áudios da delação da JBS.
Segundo a reportagem apurou, o presidente avalia que sua situação no cargo é ‘muito delicada’, mas só quer se pronunciar oficialmente depois que tiver conhecimento das gravações feitas pelo empresário Joesley Batista.
Temer espera a íntegra dos áudios para fechar um discurso que deve fazer ainda nesta quinta. Uma reunião foi convocada para às 16h para discutir o teor final do pronunciamento.
A aliados, o presidente diz que não tem a intenção de renunciar a seu mandato, admite que se reuniu com Joesley no início de março e que ouviu do empresário que ele estava pagando o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Temer, porém, afirma que viu o gesto como "ato de solidariedade" e não como intenção de comprar o silêncio de Cunha, que pode fazer uma delação premiada comprometendo ainda mais o núcleo do governo e o próprio presidente.
Temer cancelou sua agenda oficial desta quinta, que contava com 18 audiências com deputados e senadores da base aliada. Ele segue em seu gabinete no Palácio do Planalto em conversas com aliados para medir o impacto das gravações e avaliar possíveis saídas para seu governo.