Através do Mídia Recôncavo família localiza mulher desaparecida há 14 anos
Por Anderson Bella
Se eu deixasse de fazer comunicação hoje, abandonando o rádio, site e os outros meios no qual faço parte, já seria um homem profissionalmente realizado. Graças a Deus, estamos conseguindo realizar o sonho de uma família. Conheci a história de dona Maria Aurinete no dia 27 de fevereiro de 2013, quando apresentávamos um programa em uma emissora de rádio regional. Moradores do município de Cabaceiras do Paraguaçu entraram em contato com nossa reportagem para informar que havia uma senhora aparentando ter entre 40 e 50 anos vagando pelas ruas da cidade. Anunciamos no ar e logo localizamos a família que cuidava de dona Aurinete.
No dia seguinte, ao terminar o programa, solicitamos da 27ª Companhia da Polícia Militar uma viatura para nos acompanhar durante o resgate. Solicitação atendida, nos deslocamos de Cruz das Almas com destino a Cabaceiras do Paraguaçu, onde encontramos dona Aurinete em frente a uma escola na localidade de Carpina. Neste momento começou mais um desafio, convencê-la entrar no carro. Mas depois de muita insistência tudo ocorreu bem. No caminho, eu e o companheiro Jorge Kleber questionávamos sobre sua origem, e percebemos que se tratava de uma mulher culta, porém de pouca memória. Dona Aurinete contou sobre seus filhos, seu ex-marido e família de um modo geral. Foi um bate papo saudável e que me levou a uma grande reflexão. Chegamos então até a residência da família que a acolheu, em uma localidade chamada KM 7, zona rural de Sapeaçu. Muita emoção, vizinhos chorando, sorrindo… foi muito lindo.
Saindo do local, ainda no veículo tomei a decisão de usar as poucas informações para tentar localizar sua verdadeira família. Ligamos para a Secretaria de Segurança Pública do Ceará, informamos os dados, mas não tivemos êxito, entramos nas redes sociais e adicionamos pessoas que tem o nome e sobre nome dos seus filhos, o que também não teve êxito.
Continuamos tentando. Postamos uma matéria no Mídia Recôncavo e no dia 04 de junho de 2013 recebemos uma ligação. Era dona Eunice, irmã de Aurinete, dizendo que sua família sofre há mais de 14 anos em função do desaparecimento da familiar. Confesso que depois da notícia do nascimento da minha filha, essa foi a mais importante da minha vida. Chorei, sorri, me emocionei e agradeci a Deus. Foi um lindo presente.
Estamos mantendo contato com bastante freqüência e logo em breve estaremos realizando o sonho do reencontro. Sua mãe faleceu há nove anos com a esperança da chegada desse dia. Na manhã desta quinta-feira (6) conversamos com dona Rita, também irmã de Aurinete. Em uma conversa bastante emocionante ela também relatou a dor e sofrimento que envolveu toda a família. Seu pai, Antonio Rodrigues Vieira, 75, está lúcido e contando as horas de rever sua filha. Em breve estaremos postando mais detalhes sobre essa emocionante história. Nunca usamos o Mídia Recôncavo para relatar um fato desse jeito, envolvendo emoção. Sempre com impessoalidade e de cunho jornalístico, mas diante de uma história tão inusitada como essa nos sentimos no direito.