Ministro do STF diz que lavagem de dinheiro em caixa um é o extremo

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federael (STF), disse que se impressionou com os indícios de que os crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro possam ter sido cometidos por meio de doações legais, como acusa a Procuradoria-Geral da República (PGR) no caso da denúncia contra o senador Valdir Raupp (PMDB-RO).
A Segunda Turma da Corte aceitou a denúncia contra o peemedebista, que teria registrado dinheiro de propina oriundo de caixa 1. “Se procedente, realmente, o que está sinalizado no horizonte, evidentemente, se chegou ao extremo. Ou seja, de se receber valores e tentar dar contornos de dinheiro limpo, mediante prestação de contas ao Judiciário Eleitoral. Isso é que estarrece”, afirmou o ministro em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Marco Aurélio, no entanto, enfatizou que cabe ao Ministério Público Federal “fazer as provas da culpa”, e que pesa a favor do réu a presunção da inocência. “Vamos ver o que se vai apurar”, disse.
A acusação da PGR é a de que os R$ 500 mil repassados oficialmente pela construtora Queiroz Galvão à campanha de Raupp ao Senado, em 2010, por meio de duas doações legais, seriam “propina disfarçada”, originária do esquema de corrupção estabelecido na Diretoria de Abastecimento da Petrobras.