Entrevistas

Reitor da UFRB rebate acusações de vereador de Cruz das Almas

Na última segunda-feira, 05, o vereador Max Passos (PP) fez sérias acusações ao reitor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Paulo Gabriel Soledade Nacif. Max afirmou que o reitor era candidato a deputado federal, e estaria usando a universidade para angariar votos e apoio, através de cargos na universidade. A UFRB conta hoje com um orçamento de 300 milhões de reais, a universidade caminha para ter pouco mais de dois mil servidores, se tornando a maior autarquia federal do interior da Bahia e uma das maiores do Brasil.

A discussão levou a equipe do Mídia Recôncavo até a sede da reitoria da UFRB nesta terça-feira, 06, com o intuito de conversar com o Reitor Paulo Gabriel sobre as denúncias feitas pelo edil cruzalmense.

Em sua sala, na reitoria em Cruz das Almas, Paulo Gabriel recebeu  a reportagem e ouviu as declarações feitas por Max Passos. "Eu sou reitor da UFRB até 9 de agosto de 2015. No dia 14 de março de 2003, eu ganhei a eleição para o pai de Max (Passos), que foi a primeira grande decepção da vida do vereador. A partir daí, amigos e inimigos me lançaram como candidato a deputado federal", disse ele.

Ele fala que a universidade só tem dois vínculos empregatícios, um de servidores técnicos administrativos e docentes, que só entram através de concurso e o terceirizado. "Ele (Max Passos) está dizendo que estamos fraudando o concurso público? Isso é muito grave.", diz.

"Todas as vezes que Max tentou intervir na política da universidade, ele foi derrotado por mim.", comenta. O reitor diz lamentar o ocorrido, "Eu só lamento que o debate esteja nessa ordem. O que precisamos estar debatendo com os vereadores são os projetos para consolidar um novo recôncavo".

Paulo Gabriel afirmou ainda que gostaria que os vereadores discutissem os graves problemas que professores e alunos passam para que a universidade não se consolide em um ambiente sem serviços públicos de qualidade. "No recôncavo não tem um transporte coletivo de qualidade, não tem rede elétrica e  não tem uma boa rede de saúde! Eu gostaria de ver e ouvir vereadores debatendo isso!", critica.

"Eu acho que a UFRB bateu no teto, em relação a infraestrutura. Ou a gente amplia o Recôncavo, ou a UFRB vai ter problemas!", chama a atenção.

Em um determinado momento, o reitor pede que a nossa equipe ande pela faculdade para fazer uma pesquisa aleatória. "Você verá gente que votou em Jean, em Valtércio, em Serra!", afirma ele. Em tom provocativo, Paulo Gabriel ainda garante, "Eu acho até que teve gente desavisada, sem juízo, que votou no próprio Max (Passos). Não temos tempo de mexer com isso! A UFRB hoje tem acima de 500 terceirizados, se o reitor fosse se preocupar com isso não faria outra coisa!",diz.

 

Eleições de 2014

Paulo Gabriel, na época filiado ao PT, se desvinculou do partido quando assumiu a diretoria da Escola de Agronomia, em 2003. Segundo ele, para melhorar o diálogo e a negociação com todas as bandeiras ideológicas. Nacif afirma que foi assediado por diversos grupos políticos, de várias cidades do recôncavo, para sair a frente do pleito em 2012  no cargo de prefeito, inclusive, sendo procurado por empresários de Cruz das Almas.

Em relação a 2014, ele se diz ligado a projetos e que, atualmente, seu projeto é implantar a melhor Universidade Federal possível, e que vem conseguindo avanços importantes nesse objetivo, no entanto, não descarta uma futura candidatura, "Se isso resultar numa posição onde esses grupos, que citei anteriormente, lançarem essa proposta eu estarei avaliando com o maior carinho", diz ele.

UFRB em Feira de Santana

Em relação a polêmica gerada em torno da instalação da UFRB em Feira de Santana, Paulo explica que uma universidade tem apenas um nome para homenagear alguém ou alguma cidade ou região, porém, por si só, ela é universal. "Se decidíssemos não ter o campus, por conta dele ser instalado em Feira de Santana, ele iria para a UFBA.", afirma. "A UFBA já tem campus em Vitória da Conquista, em Salvador e teria em Feira de Santana. As três maiores cidades da Bahia. E a UFRB ficaria com as menores. Isso tem um impacto com a negociação financeira e com a negociação de projetos.", afirma.

Paulo Gabriel deixa claro, ainda, que a decisão do campus ser em Feira de Santana partiu do Governo Federal, "Eu não decidi criar o campus em Feira, mas uma vez que Brasília resolveu criar, ela tinha que ser da UFRB", finaliza. 

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