Educação e Cultura

Agricultores Recôncavo mantêm viva a tradição de cantar durante o trabalho

Ainda hoje tem gente que faz samba do mesmo jeito há quase cinco séculos. No Recôncavo Baiano, o Globo Rural foi conhecer cantos de trabalho dos agricultores e das lavadeiras do Abaeté. Cantar para aliviar a dureza do trabalho é outra tradição que resiste ao tempo. “Enquanto a gente tava cantando tava esquecida do que tava fazendo. O trabalho era duro”, diz Maria Dias. “Dona Mariinha” é uma ganhadeira, função que surgiu durante o período da escravidão. É que alguns negros recebiam de seus senhores o direito de ficar com parte da renda daquilo que produziam ou vendiam. Eram chamados escravos de ganho. Foi assim que muitos, especialmente as mulheres, conseguiram comprar suas alforrias, de seus filhos e maridos.

A tradição de cantar durante trabalho também é mantida pelos agricultores do Recôncavo Baiano. Em Saubara, nos tempos do Brasil colônia, se plantava muita cana de açúcar. Para alimentar os engenhos tocados com mão de obra escrava.

Hoje a maior parte das propriedades é como a de Crispim dos Santos, um sítio bem pequeno, com 10 hectares, onde ele faz de tudo um pouco. “Aqui no sítio eu produzo o aipim, produz a mandioca da farinha, tenho um pouco de gado, e o serviço daqui da roça é esse”. Como a maioria dos pequenos agricultores da região, Crispim também trabalha na pesca. “Tenho rede de todo tipo. Camarão, peixe, várias marcas de peixe eu pesco. Vou para a pescaria quando tenho oportunidade, mas eu vivo mais aqui na roça.”

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