Exército fez vacinação secreta de agentes da Abin sem aval do programa de imunização

O Exército atuou diretamente na vacinação secreta de 130 servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Eles foram imunizados contra a Covid-19 sem o aval de técnicos do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde.
A informação é da Folha de S.Paulo. Segundo publicação, o MPF em Brasília constatou que uma lista sigilosa foi enviada diretamente ao Exército para que os servidores fossem vacinados com todos os militares da ativa, imunizados de forma privilegiada em Brasília.
A publicação, diz ainda, que segundo documentos reunidos pelo MPF em inquérito, a vacinação de fato ocorreu. O inquérito civil investiga privilégio dado aos militares, forças de segurança e agentes da Abin. Eles são suspeitos de furar a fila de vacinação, em desrespeito a normas do PNI.
“Tivemos esclarecimento com o GDF [governo do Distrito Federal]. A coordenação de imunização entrou em contato conosco, perguntando sobre esses profissionais [da Abin]. No PNI, esses profissionais não estariam contemplados, por não disporem de ações diretas [relacionadas à atuação em segurança]”, afirmou a técnica do PNI, Caroline Gava, em resposta a pergunta da procuradora da República, Ana Carolina Roman.
A procuradora buscou esclarecer o episódio da vacinação secreta. “Se ocorreu a vacinação prioritária, a gente não tem como responder”, continuou Gava.
Ao MPF, o secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto, apontou as explicações ao comitê gestor da vacinação. “Por fazerem parte do grupo de funcionários da força de segurança, houve o pleito de vacinação por parte da associação dos servidores da Abin para vacinação de 130 profissionais a serem contemplados, considerando o critério de exposição de risco epidemiológico decorrente do trabalho por parte desses servidores”, cita o secretário em ofício.
Fonte: Bahia Notícias