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Instrutor de voo livre salta de parapente com vira-lata para chamar a atenção sobre animais abandonados

É um pássaro? É um avião? Não, não é o Super-Homem: é Dorinha, vira-lata que tem mais horas de voo que muita gente. A cadelinha é craque no parapente. Seu dono, o instrutor Luciano Miranda, já saltou com ela quatro vezes – e por um motivo nobre: proteger os animais. Miranda ajuda a pilotar a Sociedade Niteroiense Protetora dos Animais (Sonipa), ONG que cuida de 28 cães e 12 gatos que estavam em situação de abandono. E o resgate está pesando nas costas. Os saltos servem para chamar a atenção sobre o tema. "A gente não recebe recursos de ninguém. Algumas pessoas se sensibilizam e perguntam se queremos dinheiro. Eu digo que não, não quero dinheiro. A gente precisa só de ração", explica. "Gastamos cerca de R$ 1.200 a cada 20 dias com alimentação para esses cães abandonados. Nós temos uma ajuda veterinária, que ajuda com vacinas, remédios e castrações", continua Miranda. Já levar Dorinha no colo durante os saltos não pesa nada, e, segundo ele, a cadelinha parece gostar. O G1 acompanhou um dos voos – a cadelinha passou também pela análise de uma veterinária no dia. "O voo da Dorinha foi perfeito. Ela ficou bem conectada sentada no meu colo, calmamente, contemplando serenamente com movimentos apenas da cabeça, de um lado para o outro. O pouso foi perfeito, com velocidade zero", diz o piloto. Preparação Dias antes da primeira decolagem da Dorinha, Luciano fez um teste no chão, durante o qual ajustou os equipamentos de segurança e fez uma análise do comportamento da cadela. "Fizemos curtos deslocamentos de moto, simulando decolagens, para testes de amarração e comportamento. O parapente pode ser pilotado apenas com o deslocamento do corpo. Assim as mãos ficam disponíveis para ajustar o animal no colo", explica. Herdeira. Dorinha não foi a única cadela voadora em Niterói. Em 2006, Belinha, que também foi resgatada na rua, foi a primeira a contemplar o voo do Parque da Cidade. Anos depois, a cadela faleceu de leptospirose, e Luciano ficou sem sua parceira de voo. "Após anos sem realizar voos com meus cães, uma nova sugestão natural apareceu: Dorinha. Ela não fica sossegada quando decolo ou passo voando próximo à rampa. O voo com a Dorinha é uma oportunidade emocionante que está sendo dada para uma homenagem honrosa e merecida à minha eterna, saudosa e verdadeira amiga Belinha", lembra. O que dizem os veterinários. Especialistas em saúde animal falaram ao G1 sobre os cuidados que o dono deve ter ao levar o cãozinho para uma atividade radical. Médica veterinária e professora da Faculdade de Veterinária da UFF, Juliana Ferreira de Almeida destacou que a prática do esporte não é recomendada para todo e qualquer tipo de cão. “A gente não pode considerar que todos os cães estão aptos a praticar um voo de parapente. Animais também sentem medo, dor, desconforto e estresse. Por isso, seria importante a avaliação de um profissional, em relação à duração da atividade e ao esforço físico que será exigido. Animais com problemas articulares e cardiopatas ou que não estejam com as vacinas em dia não são indicados", explicou Juliana. A veterinária Bárbara Bianca acompanhou o voo da Dorinha e destacou que a cadela está saudável e apta a fazer atividades radicais. “A Dorinha está em boas condições de saúde. É um animal que já está acostumado a fazer esse tipo de atividade. Costuma andar de moto, então é um animal que não vai apresentar cinetose, um enjoo associado ao movimento.” Fonte: G1

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