Consumo excessivo de carboidratos na infância prejudica desenvolvimento

O consumo de carboidratos refinados tem sido associado a déficits neurocognitivos relativos ao longo da vida. Um número crescente de pesquisas revela o impacto de dietas ricas em carboidratos na função cognitiva, em estágios iniciais de desenvolvimento, incluindo períodos pré-natal, juvenil e adolescente. Para o consumo de açúcar por crianças acima de dois anos, o novo limite, estipulado pela Associação Americana do Coração, é de 25 gramas diários do açúcar de adição, aquele incluído nas preparações caseiras e também o que faz parte dos alimentos industrializados, como bebidas artificiais, balas, biscoitos, pães e até barras de cereais. Em estudos com roedores foi constatado que a função neurocognitiva (especialmente a aprendizagem e a memória dependentes do hipocampo) pode ser particularmente vulnerável a gorduras com alto teor de carboidratos, consumidas durante a perinatal e adolescência”, conta a nutróloga Sarina Occhipinti. Outros médicos testaram o impacto de uma dieta mediterrânea (tipicamente baixa em açúcares refinados) em 120 crianças e adolescentes e descobriram que, quanto maior foi adesão à dieta, menor foi o risco de diagnóstico de déficit de atenção e hiperatividade.
Muitos estudos nessa área buscam descobrir os efeitos das refeições com várias composições nutricionais sobre o funcionamento cognitivo. ”Um almoço relativamente alto em gordura, com a maioria da energia consumida proveniente de amêndoas, produz melhor desempenho da memória do que um almoço com maior consumo de carboidratos”, acrescenta a nutróloga. Além disso, um café da manhã rico em gordura e açúcar levou à diminuição da aprendizagem verbal e do desempenho da memória lógica, em comparação com café da manhã de baixo teor de gordura.