Quanto custa ter um cachorro? Faça as contas para evitar surpresas
Ter cachorro é tudo de bom. Eles são carinhosos, divertidos e alegram a casa. Mas, antes de adotar, é importante lembrar que um bichinho de estimação traz demandas que vão muito além da atenção, principalmente financeiras. Afinal, quanto custa ter um cachorro? Porém, nem todos mensuram os gastos na hora da adoção do pet: segundo uma pesquisa do SPC Brasil, 14% dos donos de pets estavam com nome sujo devido a gastos com o bichinho que extrapolaram o orçamento. O índice alto se dá, principalmente, porque 60% não se planejaram antes de adotar. 20% ainda disseram que costumam gastar com eles mais do que o orçamento permite. “Será que a família está preparada financeiramente para cuidar do animal? Veterinário, vacinas, banho, tosa, ração, passeios em diversos horários – tudo deve ser mensurado, pois são despesas que pesarão no fim do mês”, explica José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil e também dono de três cachorros adotados. O cálculo deve ser feito antes, para que não se passe apuros depois – nem se deixe de proporcionar itens básicos ao cãozinho. Por que planejamento financeiro é importante antes de adotar um cachorro? Mesmo que a adoção não te custe nada, você terá gastos mensais com o animal. Itens indispensáveis, como ração e antipulgas, quando são colocados na ponta do lápis, podem pesar. Há ainda os gastos inesperados, como as emergências veterinárias. Só para se ter noção, 30% dos entrevistados já deixaram de comprar algo para si mesmo devido a gastos com seus pets, revelou a pesquisa. Para ninguém ser pego desprevenido, a veterinária Bianca Maretti calculou as despesas médias quando se tem um cachorro em casa: Ração. Um cachorro pequeno consome, em média, 215 gramas de ração por dia. Se considerarmos o valor de uma marca de ração popular, chegamos ao total de R$ 43,50 por mês. Para cachorros de porte médio, que comem 332 gramas por dia, o valor mensal vai para R$ 67,23. Já os cães de porte grande podem comer mais de meio quilo por dia, acrescentando R$ 114 por mês às despesas. Vale lembrar que, com o passar da idade, muitos pets precisam consumir rações medicamentosas, especiais para alergias de pele, problemas intestinais ou renais. Nesse caso, o valor mensal pode até dobrar. E, quando se adota um cachorro, ele acaba virando um membro da família – é importante você estar preparado para esses casos. + Prévia da inflação, IPCA-15 desacelera para 0,64% em julho, aponta IBGE. Banho e tosa. Cães de pelo longo podem precisar de um banho e tosa por mês. O preço médio do serviço em São Paulo é de R$ 45. Caso você tenha tempo, é possível economizar dando banho em casa. Idas ao veterinário. Considere uma média de três consultas por ano. Cada consulta custa cerca de R$ 100. Logo, temos R$ 300 acrescentados à contabilidade anual ou R$ 25 mensais. Consultas com especialistas, às vezes necessárias, são ainda mais caras. “Às vezes, os bichinhos precisam de um cuidado especial – cardiologista, nefrologista ou nutricionista. Estes cobram valores mais caros, que variam entre R$ 280 e R$ 450”, diz Bianca. Felizmente, algumas capitais contam com hospitais veterinários públicos. Informe-se com a prefeitura da sua cidade. Alternativa é ir aos hospitais veterinários das faculdades, que oferecem preços mais acessíveis e alguns tratamentos gratuitos. Antipulgas. Se seu cachorro costuma passear diariamente e têm contato com outros animais, você perceberá que usar antipulgas frequentemente nele se faz fundamental. Oral ou tópico, o valor médio varia de R$ 40 a R$ 100, conforme o porte do pet.Vacinas. As vacinas são fundamentais para evitar doenças que podem até ser mortais para o cão. Entre elas, V10 e raiva. Não obrigatórias, mas importantes, estão a de giárdia e a da gripe. Elas precisam ser reforçadas anualmente e a média de preço é de R$ 90 por vacina. Vermífugos. A cada seis meses, é importante dar um medicamento para manter os cachorros livres de vermes. Alguns podem até matar. O remédio custa em torno de R$ 50. Emergências acontecem. Além dos gastos citados acima, podem acontecer emergências cirúrgicas ou internações. A dica para baratear os gastos nesse caso é ter um seguro saúde para o pet, como a Health for Pet e a Pet Plan. Eles custam a partir de R$ 56 por mês e variam conforme o plano de cobertura. “É importante pesquisar sobre o custo-benefício e analisar se o plano atenderá as necessidades do pet antes de fechar. Fique atento também à área de cobertura, pois nem toda clínica aceita plano de saúde e nem todo procedimento está coberto”, diz Bianca. Viagens. Se você for viajar e não puder levar seu amigão, terá também que considerar deixá-lo com um conhecido. Nesse caso, pode não custar nada. Mas se ninguém estiver disponível, pode ser necessário deixá-lo em um hotelzinho ou em hospedagens via Dog Hero, o que pode custar uma média de R$ 40 por noite. Então, quanto custa ter um cachorro? Ao fim, se despendidos esses cuidados (sem contar o plano de saúde e viagens), um cão de porte médio custa em torno de R$ 200 mensais. Mas lembre-se: com organização e dedicação é possível ter um melhor amigo de quatro patas e, o melhor, sem preocupações financeiras! E você também pode baratear os gastos com pets fazendo sempre uma pesquisa de preços antes de comprar alimentos ou medicamentos. Informe-se sobre cartões fidelidade que os grandes pet centers oferecem, pois eles podem render um bom desconto. E, diante da necessidade de fazer algum exame ou atendimento com veterinário, ligue antes para saber o preço e pesquise em várias clínicas diferentes. Gastos supérfluos. Segundo a pesquisa do SPC Brasil, na hora de cortar os gastos com o animal de estimação, os principais itens que são tirados da lista de compras são as rações mais caras (23%), os brinquedos (20%), os banhos em pet shop (18%) e demais serviços no local (16%). É necessário refletir também se o bichinho realmente precisa de tantos itens, brinquedos, roupas e serviços ou se é apenas um luxo imposto pelos seres humanos. “Hoje, as pessoas investem muito mais em seus pets. É comum vermos tutores que os deixam em creches (day care) para que não fiquem sozinhos em casa por muito tempo”, comenta Bianca. Portanto, se a grana está curta, lembre-se que seu cãozinho não se importa com itens supérfluos e, sim, com carinho e atenção. De qualquer maneira, não exclua este gasto do orçamento, uma vez que por falta de tempo ou outro tipo de ocupação você pode não conseguir manter a mesma rotina que um treinador faria. O poder da adoção de um pet. Muitos cãezinhos esperam uma chance de serem adotados em ONGs e abrigos públicos. Além do ato de amor e da economia do custo do bichinho propriamente dito, ao adotar, você também economizará em outros pontos. Muitas vezes os cãezinhos têm mais idade, não destroem nada pela casa, já vêm vacinados, castrados e vermifugado. Pense nisso! Fonte: Notícias ao Minuto