
Um relatório com diretrizes para tratamento de pacientes com suspeita ou diagnóstico de Covid-19 encomendado por Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, e que será submetido à aprovação oficial esta semana, não recomenda nenhum medicamento para uso de rotina contra a doença em seus estágios iniciais ou casos leves. A informação é do colunista Diogo Shelp, do portal UOL, que teve acesso ao documento.
Na prática, diz a publicação, o protocolo rejeita a existência de “tratamento precoce”, hipótese defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante todo o período da pandemia e que se tornou um dos principais pilares da resposta do governo à crise sanitária que já matou quase 600.000 brasileiros.
Em seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, em 21 de setembro, Bolsonaro mais uma vez exaltou a prioridade dada por seu governo a remédios sem eficácia contra covid-19. “Não entendemos por que muitos países, juntamente com grande parte da mídia, se colocaram contra o tratamento inicial”, disse ele.
O relatório “Diretrizes Brasileiras para Tratamento Medicamentoso Ambulatorial do Paciente com Covid-19” traz a resposta, afirma Shelp.
De acordo com ele, o documento foi elaborado por um painel com mais de duas dezenas de especialistas ao longo de três meses, sob a supervisão da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde), do Ministério da Saúde, com base na análise criteriosa de estudos científicos e de diretrizes para tratamento de Covid-19 divulgadas por órgãos oficiais de outros países e por sociedades científicas do Brasil e do exterior.
Fonte: Metro1