Museu Nacional negocia aporte orçamentário de R$ 50 milhões em 2019

O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, afirmou nesta quarta-feira (17) que tem negociado com o Congresso Nacional a previsão de um repasse de R$ 50 milhões para a instituição cultural no orçamento do ano que vem. A inclusão do aporte foi discutida com a bancada federal carioca que, segundo ele, se mostrou disposta a apresentar uma emenda orçamentária com a previsão financeira. Os recursos, segundo ele, seriam usados para a recuperação da câmara real do Palácio Imperial. "Nós tivemos uma reunião com a bancada carioca e estamos falando da ordem de R$ 50 milhões para a recuperação da primeira parte do palácio, onde havia a sala do trono e os aposentos reais", disse. Segundo ele, desde o incêndio que destruiu a instituição cultural no mês passado, o Ministério da Educação destinou R$ 8,9 milhões. O montante está sendo investido em reformas na infraestrutura que permitam aos pesquisadores resgatar com segurança objetos históricos. O diretor participou nesta quarta-feira (17) de cerimônia, no Palácio do Planalto, de entrega de medalhas da Ordem Nacional do Mérito Científico, com a qual ele foi homenageado. Ao término do evento, ele afirmou que ainda não foram repassados para o Museu Nacional recursos captados por meio de fundos patrimoniais, anunciados pelo presidente Michel Temer há um mês para ajudar na reconstrução da entidade cultural. "O fundo patrimonial não chegou a nós ainda e estamos interessados em conversar com todos para estabelecê-lo. Ele depende única e exclusivamente de boa vontade", disse. Em setembro, o presidente anunciou duas medidas provisórias: uma que cria a Ibram (Agência Brasileira de Museus) e outra que estabelece o marco regulatório para a captação de recursos privados por meio dos fundos patrimoniais. A Ibram, que irá gerir um fundo patrimonial para administrar 27 museus no país, ainda não foi criada e a expectativa é de que seja constituída até o final do ano para iniciar a captação de recursos. Procurado pela Folha de S.Paulo, o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, explicou, contudo, que nada impede o Museu Nacional de buscar um agente do mercado financeiro e constituir um fundo próprio para a recuperação da instituição cultural. "Essa iniciativa cabe unicamente ao Museu Nacional", disse. Fonte: Folhapress