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Caso Davi Fiuza: 17 PMs são indiciados por homicídio duplamente qualificado

A Polícia Civil indiciou 17 policiais militares pelo desaparecimento e morte do adolescente Davi Fiuza, sequestrado aos 16 anos em outubro de 2014, durante uma operação policial. Segundo o advogado da família de Davi, Paulo Kleber Carvalho Filho, entre os 17, estão dois tenentes e dois sargentos. Os outros 13 eram alunos do curso de formação da PM na época do crime, mas não se sabe se eles foram efetivados na corporação. De acordo com as investigações, a operação que culminou na morte de Davi foi uma espécie de “formatura operacional” para eles. Ou seja, aquela foi a última ação – requisito obrigatório – antes que os alunos obtivessem o diploma de soldado. Os PMs foram indiciados pelos crimes de homicídio qualificado, por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima, sequestro e ocultação de cadáver. Até hoje, não há informações sobre onde está o corpo do adolescente, e o inquérito foi inclusivo nesta questão. NÚMERO DE INDICIADOS FOI REDUZIDO. A quantidade de PMs indiciados no relatório final foi menor do que a do relatório parcial, enviado ao Ministério Público em abril de 2016. Na ocasião, 23 policiais foram acusados pelo sequestro, morte e ocultação do cadáver de Davi (relembre). Segundo Carvalho Filho, a redução no número ocorreu porque as investigações posteriores concluíram que havia “impossibilidade física e espacial” de os seis policiais retirados das apurações terem passado pelos mesmos locais por onde os agentes circularam com o adolescente. “O telefone funcional deles e GPS estava apontando outro lugar. Em nenhum momento, o telefone cruzou com o local de abordagem. Então, não tem condição mínima, lastro probatório para que eles fossem indiciados”, explicou o advogado, apontando que a investigação envolveu cruzamento de sinais telefônicos. Atualmente, o inquérito está nas mãos do Ministério Público da Bahia (MP-BA) (veja aqui). Após a análise do relatório final, que contém mais de 12 volumes de documentos, o órgão vai decidir se oferece denúncia, ou não, contra os PMs. ENTENDA O CASO. Davi desapareceu no dia 24 de outubro de 2014, próximo a sua residência, na localidade Vila Verde, no Parque São Cristóvão (relembre). Segundo investigações preliminares, ele foi capturado por policiais militares que realizavam uma operação no local, por volta das 7h30. Segundo testemunhas, durante a incursão policial, Davi, que conversava com uma mulher em via pública, foi abordado, encapuzado, teve os pés amarrados e foi colocado no porta-malas de um carro. Desde então, nunca mais foi visto. Fonte: Bahia Notícias

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