Ambulante troca venda de salgados e cerveja por guarda-chuva em Salvador

Moradora da Avenida Sete, a vendedora ambulante Maria Valdelice, mais conhecida como Val, 54 anos, nunca deixou a chuva atrapalhar seu trabalho. Quando chega a época do inverno, ela troca as vendas de doces, bebidas e salgados pelas de guarda-chuva. Nesta sexta-feira (20) ela tem sido a salvação de quem saiu de casa sem proteção para as fortes chuvas que atingem a capital baiana e que devem seguir até domingo (22). Na última quinta-feira, (19), por exemplo, a comerciante comprou 20 unidades de sombrinhas para vender. "No sol, eu vendo minha cervejinha, salgados e doces, mas, quando chove eu pego as sombrinhas lá no China", explicou ela. Cada sombrinha é vendida por R$ 10 . Para revender ela compra cada item por R$5, em média. Hoje, ela ainda vendia o resto da mercadoria de ontem. A estratégia de Val também é adotada por outros ambulantes da região. "Tem que sobreviver, não é? As coisas estão tão difíceis, como é que fica sem trabalhar por causa de chuva?", completou a vendedora. Nos "bons dias", os ambulantes chegam a vender até 30 unidades. "Dá pra ganhar alguma coisa. Mas tem que ter voz pra gritar e chamar o povo", diz Val.Outro vendedor, que optou por não se identificar, também troca de mercadoria na época de chuva. "Eu faço isso há uns cinco anos pra não ficar sem trabalhar. O único problema é que trabalha na chuva e, por isso, eu sempre fico doente. Mas já tomei uma vitamina antes de sair de casa pra pra garantir", contou ele.A Defesa Civil de Salvador (Codesal) divulgou um balanço das chuvas na cidade nas últimas 72h. O mapa aponta que quase metade dos moradores da capital precisam ficar em alerta. O estudo mostra que a chuvas estão bem distribuídas, mas por conta da geografia alguns bairros precisam redobrar a atenção. A comunidade mais atingidas pela chuvas até o momento foi Bom Juá. O bairro registrou 134,6 mm nas últimas 72h. Em seguida, a Vila Picasso, na região de Pirajá, com 127,4 mm. Esses bairros estão em alerta, assim como Alto do Peru (121,8 mm), Nova Esperança (115,5 mm), Pirajá (112,8 mm) e São Cristóvão (107,8 mm).A região do Cabula recebeu 111,6 mm de chuva nos últimos 3 dias, mas o bairro não está em ‘Alerta’, apenas em nível de ‘Atenção’. Canabrava foi a comunidade que recebeu menos chuva 4 mm, mas está em Alerta mesmo assim. O Caminho das Árvores foi o bairro em Atenção com menor índice de chuva, com 58,3. O Subúrbio Ferroviário e a Península Itapajilana estão em Atenção. Apesar da chuva, nenhum bairro está em nível vermelho, o que representarua ‘Alerta Maximo’. Quem tiver problemas provocados pela chuva pode entrar em contato com a Codesal pelo 199. As equipes estão de plantão 24h. Fonte : Correio