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MEC anula 3 questões do Enem e aciona Polícia Federal para investigar divulgação de questões similares.

O Inep decidiu cancelar as questões para garantir isonomia após um universitário divulgar perguntas muito parecidas em uma live às vésperas do exame; PF investiga quebra de confidencialidade.

O Ministério da Educação (MEC) anulou três questões da prova do Enem e acionou a Polícia Federal (PF) para investigar uma suspeita de fraude. Às vésperas da prova, um universitário divulgou questões muito parecidas às que foram aplicadas. Segundo o G1, ele vendia cursos na internet.

Cinco dias antes do Enem, Edcley Teixeira mostrou em uma live pelo menos cinco questões semelhantes às que caíram na prova, como uma sobre fotossíntese.

A versão postada por Edcley foi:

“O sulfeto de hidrogênio desempenha que papel análogo ao de qual substância na fotossíntese? Água, oxigênio, carbono, glicose ou nitrogênio”.

A questão do Enem foi praticamente a mesma:

“Na fotossíntese oxigênica, qual composto desempenha função análoga à do H2S? ATP, NADPH, oxigênio, clorofila ou água”.

Edcley se apresenta como estudante de medicina e diz que vende serviços de consultoria. Ele negou que tenha havido qualquer vazamento e afirmou que ele mesmo elaborou as perguntas, observando o padrão de questões do Enem. Ele também disse ter decorado questões de uma prova que serviria como uma espécie de teste para futuras questões.

“A explicação geral é a seguinte, o Inep convida universitários, a CAPES convida universitários para fazer a prova, eu fiz, achei curiosa as questões.”

A coincidência repercutiu nas redes sociais entre candidatos do Enem. Em nota, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou que, ao identificar relatos de antecipação de questões similares às do Enem, decidiu — com base em informações sobre a montagem do teste — pela anulação de três itens aplicados na prova.

O Inep argumentou que a metodologia demanda que os itens sejam pré-testados. Os estudantes que participam de pré-testes têm contato com itens que podem vir a compor o Enem em alguma edição. A instituição afirmou que a Polícia Federal foi acionada para apurar a divulgação das questões e responsabilizar envolvidos por eventual quebra de confidencialidade ou ato de má-fé pela divulgação de informações sigilosas de forma indevida.

Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, cerca de 40 mil pessoas tiveram acesso à live com a divulgação das questões semelhantes. O governo optou pelo cancelamento das três questões para garantir isonomia aos quase 5 milhões de estudantes que fizeram as provas. O ministro reconheceu que as questões do pré-teste podem, de fato, cair no Enem.

“Esse pré-teste é elaborado pelo Inep em anos anteriores, com itens que podem ou não caírem na prova, que é para garantir a qualidade do item que é aplicado no Enem. Então, é por isso que nós acionamos a Polícia Federal. Porque as pessoas que fazem esse pré-teste não podem, tem questão de confidencialidade. Então, nós acionamos a Polícia Federal para tomar todas as medidas legais, cabíveis em relação a isso,” disse ao Jornal Nacional.

Por Kaylan Anibal / 19/11/2025 às 06:00

Foto: Foto: Angelo Miguel / MEC

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