Cotidiano

Novo vírus espalha medo em cidade baiana

 

Dobrado, contorcido de dor. O significado de chikungunya na língua maconde, um dos idiomas oficiais da Tanzânia –onde a "prima da dengue" nasceu– está na boca do povo de Feira de Santana, 108 km de Salvador (BA). A cidade, de 600 mil habitantes, vive uma epidemia da doença que está se alastrando pelo país e promete ser a nova preocupação do verão. "Deixa a gente travado, dói todas as juntas do corpo, mãos, braços, pernas. Até pra pegar um copo é difícil", diz Luiz André Pereira da Silva, 33, morador no bairro George Américo, que concentra quase 40% dos 371 casos confirmados e 1.161 suspeitos.

Na rua onde ele mora, T1, ao menos oito vizinhos tiveram "chiku", como a doença foi apelidada. Nas ruas próximas, todas com letras em vez de nomes, a cena se repete. A febre chikungunya já visitou o alfabeto inteiro. O vírus é transmitido pelo mesmo mosquito da dengue (Aedes aegypti). Dor, muita dor nas articulações é a principal queixa dos moradores, embora na fase aguda a doença também provoque febre alta, mal-estar e manchas vermelhas pelo corpo –assim como na "prima" dengue.

Dados da literatura médica mostram que 95% das pessoas infectadas pelo chikungunya terão os sintomas. Na dengue, eles se manifestam só em 40% a 50% dos casos. "Não mata, mas deixa a gente quebrado. É uma dor que você não aguenta", relata o pedreiro Joselito Pereira dos Santos, 49, que convive com o sintoma há dois meses.

 

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