Política

Satélite: entre Senado e Câmara, futuro de Wagner na política cria racha no PT

 Novo secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, o ex-ministro Jaques Wagner é alvo de um cabo de guerra entre cardeais do PT nacional e estadual sobre seu futuro nas eleições de 2018. Integrantes do partido em Brasília e São Paulo, entre os quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preferem que Wagner dispute uma cadeira de deputado federal na próxima sucessão. Acham que sua presença no páreo da Câmara alavancaria candidatos petistas e de eventuais partidos coligados. O que, em tese, evitaria a redução da bancada aliada ao Palácio de Ondina no Congresso. Em contrapartida, os líderes do PT no estado querem vê-lo na corrida do Senado. Para eles, seria a melhor tática para fortalecer a chapa majoritária encabeçada pelo governador Rui Costa, que tem em Wagner o maior cabo eleitoral. A primeira opção deixaria Rui livre para negociar duas vagas de senador e uma de vice-governador com as siglas da base aliada. A segunda levaria as legendas governistas a se engalfinharem por apenas dois espaços.

Perto do fogo

Sem foro privilegiado desde 1º de janeiro, o ex-prefeito de Santo Amaro Ricardo Machado (PT) terá que encarar agora a turma de promotores do Ministério Público Estadual na cidade, sede da Adsumus, operação deflagrada ano passado para desmantelar um esquema de corrupção ramificado em dezenas de municípios baianos. Suspeito de receber propina de empresas que se uniram para desviar verbas de prefeituras do interior, Machado só podia ser investigado pela Procuradoria-Geral de Justiça, que já começou a devolver ao MP de Santo Amaro todos os procedimentos contra o petista sob sua alçada. Com isso, os responsáveis pela Adsumus devem pedir, em breve, a prisão  do ex-prefeito, baseados no mesmo conjunto de provas que levou o então vice de Machado, Leonardo Pacheco (PSB), à cadeia em julho de 2016.

Cerco à vista

Ao mesmo tempo, crescem as chances de que a chefe do MP da Bahia, Ediene Lousado, autorize a criação de uma força-tarefa da Adsumus para aprofundar as apurações sobre a quadrilha especializada em fraudar licitações, em conluio com agentes públicos e prefeitos. Recentemente, os promotores de Justiça que atuam no Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) começaram a expedir ofícios aos municípios onde foram descobertos tentáculos do esquema, solicitando cópia dos contratos firmados com empresas investigadas pela operação.

Aspas

"Esse possível leilão é uma vergonha para a Bahia. Em vez de tentar recorrer, o governo do estado deveria procurar pagar a quem deve",  Paulo Azi, deputado federal do DEM, ao criticar o imbróglio judicial envolvendo o Centro de Convenções, cuja posse foi bloqueada como garantia para quitação de R$ 50 milhões em dívidas trabalhistas

Dito e feito

Deu resultado a grita da senadora Lídice da Mata (PSB) contra o atraso na reforma do aeroporto internacional de Salvador, feita anteontem no plenário da Casa. Um dia após a cobrança da parlamentar, dirigentes da cúpula da Infraero convocaram uma reunião com o Conselho Baiano de Turismo para ouvir as queixas do setor. O encontro ocorre hoje, às 11h, na sala vip do aeroporto, e será aberto à imprensa. A obra foi iniciada em junho de 2012 e tinha conclusão prevista para dezembro de 2013, seis meses antes da Copa do Mundo de 2014.



Efeito conexo

As primeiras declarações do novo presidente da Assembleia, Ângelo Coronel (PSD), causaram mal estar entre aliados do deputado estadual Marcelo Nilo (PSL),  que ocupava o posto desde 2007. Ao justificar a exoneração em massa de ocupantes de cargos  comissionados e a devolução de servidores alocados na Casa para seus órgãos de origem, Coronel disse que a meta era defenestrar “funcionários fantasmas”. Como boa parte dos demitidos entrou na Assembleia na gestão de  Nilo, o comentário  foi recebido como acusação indireta.

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