TCU investiga ligação de contrato do BRT e votação de denúncia contra Temer na Câmara

Auditores do Tribunal de Constas da União (TCU) suspeitam que um contrato de R$ 300 milhões do governo federal para viabilizar o BRT de Salvador, anunciado três dias antes da votação pela Câmara dos Deputados da primeira denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer (PMDB) no ano passado, desrespeita a Lei de Responsabilidade Fiscal. A auditoria do tribunal detectou possíveis irregularidades na liberação de verbas do governo federal. Os R$ 300 milhões seriam destinados para a segunda fase de construção do BRT, parte via FGTS e parte via Orçamento Geral da União. O prefeito ACM Neto esteve no anúncio. O DEM, partido que Neto é prefeito, é uma das principais da base de Temer, e 23 deputados de sua bancada de 30 votaram para livrar o presidente da primeira denúncia na Câmara no dia 2 de agosto do ano passado. Para os auditores do TCU, a liberação dos recursos desrespeitou a Lei de Responsabilidade Fiscal, pois a proposta foi assinada em meio a vários cortes na pasta e sem a conclusão de outros projetos em andamento.