No 3º trimestre de 2021, número de trabalhadores segue em alta na Bahia
A taxa de desocupação apesar de recuar para 18,7%, ainda é a 2ª maior do país

A taxa de desocupação na Bahia seguiu em queda no terceiro trimestre de 2021, e ficou em 18,7%, abaixo do indicador do segundo trimestre de 2021 (20,2%) e do terceiro trimestre de 2020 (21,1%).
Esta foi a menor taxa de desocupação para o estado desde o início da pandemia da Covid-19, no primeiro trimestre de 2020. Entretanto ainda significativamente acima da registrada no terceiro trimestre de 2019 (16,9%).
A Bahia manteve, no terceiro trimestre, a segunda maior taxa de desocupação do país, abaixo apenas de Pernambuco (19,3%). No Brasil como um todo, a taxa de desocupação ficou em 12,6%, também indicando queda frente ao trimestre anterior (de 14,2%). Nesse comparativo, o indicador aumentou em apenas duas das 27 unidades da Federação: Amapá (que saiu de 16,2% para 17,5%) e Distrito Federal (de 14,3% para 14,5%).
A taxa de desocupação mede a proporção de pessoas de 14 anos ou mais de idade que estão desocupadas (não trabalharam, procuraram trabalho e estavam disponíveis para assumir) em relação ao total de pessoas que estão na força de trabalho, seja trabalhando ou procurando uma ocupação.
Entre o 2º e o 3º trimestres, número de trabalhadores avançou 6,5% na Bahia e chegou a 5,8 milhões, maior patamar desde o 4º trimestre de 2019
O recuo na taxa de desocupação na Bahia, do segundo para o terceiro trimestre, se deu principalmente pela manutenção do crescimento da população ocupada, ou seja, do número de pessoas que estavam trabalhando, fosse em ocupações formais ou informais. Esse movimento já havia sido verificado na passagem do primeiro para o segundo trimestre, mas se intensificou na virada para o terceiro trimestre deste ano.
Entre julho e setembro, 5,797 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade trabalhavam na Bahia, 6,5% a mais do que no segundo trimestre, mais 355 mil trabalhadores nesse período. Em relação ao terceiro trimestre de 2020, o aumento foi mais expressivo, de 17,7% ou mais 872 mil pessoas trabalhando em um ano.
O contingente de pessoas ocupadas no estado no terceiro trimestre de 2021 (cerca de 5,8 milhões) foi o maior desde o quarto trimestre de 2019, antes, portanto, da pandemia, quando 5,862 milhões de pessoas trabalhavam na Bahia.
Do segundo para o terceiro trimestre de 2021, além do aumento da ocupação, também se manteve a tendência de queda na população desocupada no estado, ou seja, o número de pessoas que não estavam trabalhando, procuraram trabalho e estavam disponíveis para trabalhar continuou em ritmo de queda.
O contingente de desocupados no estado chegou a 1,336 milhão no terceiro trimestre deste ano, 38 mil a menos do que nos três meses anteriores (-2,8%). Ainda assim, 1,1% acima do verificado no mesmo período de 2020 (mais 15 mil desocupados em um ano). Do segundo para o terceiro trimestre, houve uma diminuição no ritmo de queda da desocupação na Bahia, frente ao verificado na passagem do primeiro para o segundo trimestre, quando o número de desocupados havia caído 4,7%, representando menos 68 mil pessoas nessa condição.
O número de desocupados na Bahia (1,336 milhão) também seguiu acima do verificado antes da pandemia: 1,333 milhão no primeiro trimestre de 2020 e 1,194 milhão no terceiro trimestre de 2019.
Também seguiu em queda, no período, o número de pessoas que estavam fora da força, ou seja, que por algum motivo não estavam trabalhando nem procuraram trabalho. Esse público na Bahia ficou em 4,965 milhões entre julho e setembro, 5,2% menor do que no segundo trimestre (-273 mil pessoas) e expressivos 13,6% abaixo do verificado no terceiro trimestre de 2020 (-782 mil pessoas).
Mas, mesmo com essas reduções, continuava significativamente maior do que a verificada antes da pandemia. No primeiro trimestre de 2020, havia 4,760 milhões fora da força no estado (205 mil a menos), número bem próximo do verificado no terceiro trimestre de 2019 (4,572 milhões ou menos 213 mil pessoas).
Dentre os que estão fora da força de trabalho, o número de pessoas desalentadas continuou a diminuir no terceiro trimestre de 2021, ficando em 655 mil; foi 7,8% menor do que o verificado no segundo trimestre (menos 56 mil desalentados no período) e 16,1% menor do que no terceiro trimestre de 2020 (menos 128 mil desalentados em um ano).
A população desalentada é aquela que não está trabalhando nem procurando trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, não tinha experiência, era muito jovem ou idosa ou não encontrou trabalho na localidade. Entretanto, se conseguisse trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.
Apesar da diminuição, a Bahia segue com o maior número absoluto de desalentados do país ao longo de toda a série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Continua, desde 2012. No terceiro trimestre de 2021, no Brasil, havia 5,145 milhões de desalentados, contingente que apresentou quedas frente ao segundo trimestre de 2021 (-6,5% ou -360 mil pessoas) e ao terceiro trimestre de 2020 (-12,4% ou -725 mil pessoas).
Informalidade segue puxando aumento da ocupação: 6 de cada 10 pessoas que passaram a trabalhar do 2º para o 3º tri, na Bahia, eram informais
Do segundo para o terceiro trimestre de 2021, o número de trabalhadores na Bahia cresceu em quase todas as formas de inserção no mercado de trabalho. Mas, assim como já havia ocorrido na passagem do primeiro para o segundo trimestre, o aumento mais expressivo ocorreu entre os informais.
Somando empregados no setor privado e domésticos sem carteira assinada, trabalhadores por conta própria e empregadores sem Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e pessoas que trabalhavam como auxiliares em algum negócio familiar, chegava-se a 3,226 milhões de informais na Bahia, no terceiro trimestre. Um aumento de 7,8% ou mais 233 mil trabalhadores frente ao segundo trimestre do ano.
Assim, do saldo positivo de 355 mil trabalhadores a mais na Bahia, de um trimestre para o outro, 233 mil eram informais: 65,8% ou 6 em cada 10 pessoas que passaram a trabalhar nesse período. No terceiro trimestre, os informais representavam 55,6% de toda a população ocupada no estado. Era a quinta maior taxa de informalidade do país, num ranking liderado por Pará (62,2%), Amazonas (59,6%) e Maranhão (59,3%).
O aumento da informalidade no mercado de trabalho baiano, em termos absolutos, foi puxado com um pouco mais de força pelos trabalhadores por conta própria sem CNPJ. Esse grupo passou de 1,454 milhão para 1,537 milhão, entre o segundo e terceiro trimestres (+83 mil pessoas ou +5,7%). Os empregados no setor privado sem carteira vieram em seguida (+72 mil pessoas ou +7,1%).
Por outro lado, entre os trabalhadores formais, o maior saldo positivo do segundo para o terceiro trimestre de 2021, no estado, ficou com aqueles por conta própria que tinham CNPJ. Eles passaram de 215 mil para 336 mil, num crescimento de 56,3% ou mais 121 mil pessoas trabalhando nessa condição.
Já os empregados no setor privado com carteira assinada tiveram, no período, uma variação positiva bem mais discreta, de 1,319 milhão para 1,325 milhão (+0,5% ou +6 mil pessoas).
Frente ao segundo trimestre, as duas únicas formas de inserção com saldos negativos de trabalhadores, na Bahia, foram os trabalhadores domésticos com carteira assinada (-5 mil pessoas ou -10,0%) e os empregadores formais, com CNPJ (-4 mil ou -3,3%).
Esses dois grupos de trabalhadores, mais os empregados no setor público, mostraram saldos negativos também quando se comparam os terceiros trimestres de 2021 e 2020.
Fonte: Bahia.ba