ABI e OAB se unem contra a truculência da polícia baiana
Uma reunião nesta terça-feira (25/6) deu início a uma luta conjunta entre a Associação Bahiana de Imprensa e a Ordem dos Advogados do Brasil- seção Bahia, para manifestar reação contra as ações policiais durante as últimas manifestações populares, quando mais de 30 participantes foram presos e vários jornalistas agredidos.
Os dois presidentes, da ABI Walter Pinheiro e da OAB, Luiz Viana Queiroz, entregam ao governador Jaques Wagner um documento repudiando o comportamento policial. Também criam uma comissão conjunta para formalizar um dossiê completo sobre as agressões contra os jornalistas que trabalhavam na cobertura da passeata que foi realizada sábado passado na região do Iguatemi.
Para os dois presidentes o governo precisa apurar os excessos cometidos por policiais durante as manifestações. Cabe a imprensa o papel de mostrar o que está acontecendo. Mas, segundo o presidente da ABI, Walter Pinheiro, “o que se tem observado é que jornalistas têm sido agredidos e equipamentos destruídos. O ataque aos jornalistas não é novidade, e temos vários registros sobre este comportamento. O que precisamos é que o governador seja mais enfático no fazer entender aos policiais que o jornalista está ali, na manifestação, trabalhando”.
A partir deste encontro, está construída uma agenda de debates a respeito do Momento Brasil com discussão sobre as propostas divulgadas pela presidente Dilma Rouseff.. Durante a reunião, a Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos (Arfoc-Ba) também se posicionou contra a atuação policial que obrigou fotógrafos a destruírem as imagens já coletadas. A preocupação das duas entidades – ABI e OAB – se volta agora para amanhã, dia 27, quando está marcada uma nova manifestação. Onde, claro, a imprensa estará presente cobrindo mais uma manifestação passiva.
No último sábado, manifestantes pacíficos foram alvos de violência policial desmedida e desproporcional nas ruas de Salvador e jornalistas foram agredidos com palavrões, empurrões e spray de pimenta no rosto. Um deles foi preso e outro, obrigado a apagar imagens por ele colhidas quando da repressão aos atos de protestos.
A cobertura jornalística das manifestações populares que eclodiram no país, inclusive na Bahia e em Salvador, é prerrogativa da imprensa, que não pode ser sufocada pela ação deletéria de policiais despreparados à prática democrática.
A ABI – Associação Bahiana de Imprensa e a OAB – Ordem dos Advogados do Brasil-Seção Bahia apoiam este despertar do povo brasileiro e repudiam a ação violenta da polícia contra cidadãos pacíficos e jornalistas que cobrem os fatos.
Preocupadas com a situação, especialmente porque estão sendo noticiadas outras manifestações, a ABI e a OAB vêm ao Governador do Estado da Bahia, Jaques Wagner, Comandante em Chefe das forças policias baianas, solicitar apuração dos excessos e ordem expressa para que tais fatos não mais aconteçam. Tribuna Feirense